Etiqueta: ROSA MARIA
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Publicações e outras curiosidades da gastronomia Portuguesa
Este será sempre um projecto em constante evolução. Todos os dias descobrimos um novo item, que vamos acrescentando. A organização desta listagem é cronológica, sendo que nem sempre é possivel determinar a data de cada publicação. Nesses casos optámos por listar no espaço temporal que consideramos mais provável .
Em alguns casos temos um exemplar da publicação, que vamos digitalizando e disponibilizamos as imagens. Em outras situações indicamos o link para digitalizações existentes em outros websites.
Esperamos que desfrutem e se de alguma forma puderem contribuir para enriquecer esta página muito agradecemos.
Tratado completo de Copa e Cosinha 5ª edição, augmentada
SELO
DE MAR
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O cozinheiro prático, de Maria Sofia P. da Silva, primeiro livro de culinária editado em Portugal a incluir receitas vegetarianas
Amélia de Lobão de Macedo Chaves de Oliveira – Editora: Famalicão, Tipográfia Minerva. Dim: 19×12 cm. 399 págs. (s.d.)
2ª edição – Amélia de Lobão de Macedo Chaves de Oliveira – Editora: Famalicão, Tipográfia Minerva. (s.d.)
Nota: não se encontra na BNP.
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A Cozinha Moderna. Editor e proprietário Henrique Bergante Torres, compilado por J. M. Souza Pereira. Empreza Editora Biblioteca do Povo.
Michaelis Brites de Sá Carneiro. Joaquim Maria da Costa, Porto, 1901
“Desde 1850 a esta parte, se tem publicado centenas de tratados de Cozinha, mas em que todos eles predomina a Culinária estrangeira, isto é, a composição das fórmulas são todas tiradas da cozinha francesa, inglesa e alemã, sendo estas de paladar esquisito, dificil a sua manipulação e caríssimos os alimentos que as compõe – podendo servir só para cozinha de ricos – motivo que me levou a pedir á Sra. D. Michaella que se encarregasse da coordenação. Servindo-se de fórmulas simples, saudáveis e económicas e de fácil manipulação, para este Cozinheiro ser utilizado nas cozinhas dos pobres e remediados”. -O Editor-
2ª edição 1908
“Tratado Completa de Cozinha e de Copa” Carlos Bento Maia.
Livraria Editora Guimarães & C.ª, Lisboa
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Livro de Sofia de Sousa, Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira. Lisboa. 1904.
Como devo Governar a minha Casa, Virgínia de Castro e Almeida
“a cozinha está completamente entregue ao cozinheiro ou cozinheira, mas exige o especial cuidado da dona de casa […] a cozinha é a grande consumidora dos recursos financeiros e é preciso que dela não saia apenas o sustento indispensável mas sim um pouco de prazer, sobretudo para o dono da casa que tanto contribui para as despesas”
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Julia C. de Menezes Lisboa. Livraria Classica Editora
Lisboa: Parceria António Maria Pereira
Lisboa: Parceria António Maria Pereira 1ª edição
2ª edição 1925
Obra dividida em 5 partes. Compilada e coordenada em face dos mais modernos livros da especialidade, contendo numerosissimas receitas de doçaria e pastelaria portugueza, brazileira e franceza; um vocabulario desenvolvido dos termos tecnicos das duas artes; utensilios necessários; descrição do forno, seus graus de calor; escolha e preparação das substancias e ingredientes; maneira pratica de conhecer os pontos do açucar, variadissimas formulas para confecionar toda a qualidade de massas, doces, pastéis, gelados, etc.
Biblioteca de Livros Úteis e Cientificos. Livraria Popular de Francisco Franco, Lisboa, 1911.
2 volumes
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Alzira O. Martins Lisboa. Typografia da Papelaria Progresso
Editor Manuel Lucas Torres. Lisboa. Encyclopédia para todos nº 3
Livro editado por Manuel Lucas Torres, filho de Lucas Evangelista Torres, tipógrafo e mais tarde escritor e editor. Manuel Lucas Torres foi editor, tal como os seus irmãos João Romano Torres e Fernando Augusto Torres. Foi ele quem continuou a obra do seu pai continuando a publicação da “Encyclopédia para todos”.
Edição A Polycommercial, Lisboa, 1914
2ª edição Lisboa. Arnaldo Bordalo (Encyclopedia Bordalo, 12)
DATA 1ª EDIÇÃO: c. 1920
EDITORA: A. de Carvalho. Lisboa
IMPRESSO POR: Tipografia da Renascença Portuguesa
Lisboa. Livraria Barateira
Outra edição em 1930 e uma sem data
CARMO, Manuel Antonio do
Biblioteca de Livros Uteis e Cientificos. N.º 2. Contendo Numerosas Receitas para a Fabricação Pratica de licores Comerciaes, crémes de licores e licores Crystalisados, sendo estas Formulas de licores quasi desconhecidas em Portugal, cognacs, aguardentes, xaropes, etc., etc. Pelo meio d”essencias naturaes e efusões. Sendo todos os processos já experimentados praticamente, seguido d”um pequeno tratado de distilação, que por ser este processo muito dispendioso, não o apresentamos desenvolvido. Ilustrado com gravuras indispensaveis. 4.ª Edição. Livraria Popular de Francisco Franco. Lisboa. 1922. De 20×13,5 cm.
A colecção Biblioteca Culinária foi iniciada em 1924 por Manuel da Mata, que assinava como Febronia Mimoso, eventualmente para chegar mais facilmente às donas de casa com um pseudônimo feminino.
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Doces e Cosinhados: Receitas Escolhidas, livro de Isalita
Primeira edição em 1925, publicada pelo Centro Tipográfico Colonial, a que se seguiu a publicação pelas Livrarias Aillaud e Bertrand, sem data ou número de edição (a 2ª edição deve datar de 1928 ou anterior). 4ª edição, de 1935, feita pela Livraria Bertrand, que manteve a publicação desta obra até 1951. A partir desta data foi a Livraria Sá da Costa que o passou a editar e vai agora na 28ª edição que saiu em 2006.
“Se passarmos para os livros de cozinha mais generalistas, então a primeira autora foi Isalita, com Doces e Cosinhados: Receitas Escolhidas, publicado em 1925 e com 25 edições até 1977. Na obra, a autora propôs menus diários de almoços e jantares quotidianos e de refeições mais sumptuosas, uma lista de hors-d’oeuvres e um vasto conjunto de receitas agrupadas nas seguintes tipologias: sopas, molhos, ovos, peixe, entradas, soufflés, carnes, aves e caça, galantines, mousses, aproveitamentos de carnes assadas e aves, massas, massas italianas, batatas, tomates, pimentos, alcachofras, espargos, beringelas, cenouras, couves, couve-flor, pepinos, chuchus, espinafres, favas, ervilhas, feijão, alfaces, castanhas, brócolos, nabos, arroz, saladas, geleia, doces de fruta, pudins, doces de fim de jantar, soufflés, massas (para doces), doces para chá, bolachas, biscoitos, pães para chá e sorvetes. Como se pode verificar, Isalita começou pelos pratos salgados e terminou nos doces, criando muitas subdivisões nas preparações à base de legumes. A obra importante, serviu de inspiração a outros livros e foi objecto de cópia por parte de autoras menores.”
in Culinária no feminino: Os primeiros livros de receitas escritos por portuguesas. Isabel M. R. Mendes Drumond Braga
Arte de Bem Comer, livro de Alinanda
Impresso Tipografia Domingos d´Oliveira. Encadernação cartonada. Dim: 26×19 cm.
A Cosinha Familiar, Agarena de Leão
Lisboa: Tipografia a Rápida, 1926
2ª Edição 1930 e outra (s.d.)
Clara T. Costa: Guia da Cosinheira Familiar
COSTA, Clara T. Guia da cosinheira familiar.
9. ed. Lisboa: Empresa Literária Universal, [1952].
10. ed. Porto: Civilização [1962].
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Edição brasileira, Livraria Antunes, Rua Buenos Aires, 133 Rio de Jaeiro
Clara T. Costa: A Doceira Familiar
1ª edição -1926
2ª edição
3ª edição
4ª edição
5ª edição
6ª edição
7ª edição – 1957
8ª edição – 1964
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6ª Edição
Emanuel Ribeiro
Doçaria portuguesa. História. Decoração. Receituário. Coimbra: Imprensa da Universidade. De 21x13cm. Com 139 págs. Ilustr.
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Jorge Cavalheiro (cozinheiro-chefe do antigo Hotel Universal)
Colecção de Manuaes Modernos – por Jorge Cavalheiro, Imprensa Nacional, Porto, 1928.
“Todas as receitas aqui publicadas foram experimentadas com o maior êxito, sendo, portanto, de resultado seguro.”
António Maria de Oliveira Belo
Lisboa. Tipografia da Empresa Diário de Notícias
António Maria de Oliveira Bello nasceu em Lisboa em 1872. Olleboma é pseudónimo, resultante das iniciais de seu nome lidas ao contrário: OLLEB de Bello, O de Oliveira, M de Maria e A de António.
Livraria Barateira – Imprensa Lucas & C.ª, 1930.
“As dificuldades económicas e a necessidade de simplificar as refeições levaram à elaboração de menus simples e baratos, divulgados em livros de baixo custo, vendidos a 1$00. Rosa Maria, no prefácio de um deles, Como se Almoça por 1$50: 100 Almoços Diferentes, a isso mesmo se referiu, em 1933, data da primeira edição. O mesmo aconteceu na obra Como se Janta por 3$00. 100 Jantares Diferentes, publicada igualmente em 1933. Ambos os livros conheceram três saídas até 1936. O primeiro composto por 40 páginas, o segundo por 52. Foram impressos em papel de má qualidade, com caracteres pequenos e sem índices. As receitas apresentadas eram naturalmente simples e económicas, sendo de destacar que entre elas não se contaram sobremesas, entendidas como um luxo, e que aparecem sempre os preços dos géneros, tendo em conta o mercado de Lisboa”
Braga, Isabel M. R. Mendes Drumond (2016), Culinária e etiqueta em Portugal nos anos 30: as propostas de Estela Brandão. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra; Annablume, (acesso em digitalis.uc.pt a 26 de maio de 2017) (p. 602).
MARIA, Rosa. 1ª edição Lisboa: Empresa Literária Universal
Outras edições 5ª edição 1941 / 6ª edição D.L. 1952 / 7ª edição D.L. 1953 / 9ª edição 1955 / 11ª edição 1957 / 12ª edição 1958 / 13ª edição 1959/ 14ª edição 1962 / 15ª edição 1966 / 18ª edição 1967 / 19ª edição 1969 / 1972 Nova edição / 24ª edição 1974 / 25ª edição 1975 / 26ª (27ª) ? edição 1977 / 28ª edição 1978 / 29ª edição 1981 / 30ª edição 1982
Maria Margarida
Cartaxo. 1ª Edição Papelaria e Tipografia Treze
Orgaizado pelo Posto Central de Fomento Apícola – Lisboa. Ministerio da Agricultura 1935
Nelma Esteves – As guloseimas de Manuela. Porto: Domingos Barreira, 1936
António Maria de Oliveira Belo
Lisboa. Edição dão autor – prólogo de Albino Forjaz de Sampaio
Edição em 1994 de Assírio & Alvim
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António Maria de Oliveira Belo
Trabalho destinado ao I Congresso Nacional de Turismo, não chegando a ser apresentado pela morte do autor
António Maria de José Cidrais
Ministério da Agricultura – Direcção Geral dos Serviços Agricolas – Repartição de Estudos Informação e Propaganda 1.ª edição. Lisboa, 1937
Cavaco, A. Martins Lisboa : Edição do autor, 1938
Edição do Instituto Português de Conservas de Peixe
ETP – Fred Kradolfer
1938
Porto. Litografia Nacional
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Volúpia, A Nona Arte: A Gastronomia de Albino Forjaz de Sampaio
Conservação e secagem de frutas e hortaliças
Amílcar de Sousa Porto. José S. F. Guimarães – receitas de vinhos e frutas
Biblioteca Agrícola
Ruiz Iglesias Buisan
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Alda Azevedo 2ª edição completamente refundida, melhorada e anotada.
Lisboa. Empresa Literária Universal
1943 3ª Edição / 1943 4ª Edição / 1957 9ª Edição / 1958 10ª Edição 1960 / 11ª Edição 1963 / 12ª Edição / 1973 19ª Edição / 1976 23ª Edição 7 1978 / 25ª Edição
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J. A. Ferreira da Costa, Conservas, Lisboa : Gráf . Lisbonense, 1943
Maria do Minho – Porto. Portucalense Editora (Biblioteca Popular)
O Livro de Pantagruel, de Bertha Rosa Limpo
A assinalar o final da II Guerra Mundial, a cantora lírica Berta Rosa Limpo (1981), publicou em 1945, O Livro de Pantagruel, um clássico que, em 1997, deu ao prelo a 63ª ed., com revisão e actualização de Maria Manuela Limpo Caetano. Esta é uma obra ímpar no panorama editorial culinário português, contando originariamente com 1500 receitas, muitas delas de cunho vincadamente internacional. Ao contrário de quase todos as obras anteriores, este livro de culinária não foi escrito a pensar nos remediados. No prefácio da primeira edição, a autora confessou a sua paixão pela culinária, a primeira compilação das receitas de família, que levou a efeito em 1914, e o contacto directo com chefes cozinheiros franceses e italianos dos diferentes hotéis europeus por onde passava em digressão, que lhe forneceram receitas diversas. Deu igualmente conta que todas as receitas haviam sido experimentadas e que todas davam bons resultados se seguidas as instruções à risca.
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Primeira edição da revista Conservas de Peixe, sobre a indústria portuguesa de peixe em conserva
Revista mensal de técnica da indústria e comércio das conservas de peixe, propriedade da Sociedade da Revista Conservas de Peixe, direcção de António de Oliveira Torres Botelho, com sede em Lisboa.
Publicação entre / Date range: 1946 to 1972
Total de números publicados 321
Capas concebidas pela empresa ETP Estúdio Técnico de Publicidade
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A. Martins Cavaco 2ª ediçao Lisboa Natura
Graphic design: A. Barata
Composição e impressão da Tipografia Duarte – Travessa do Carmo, 5 – Lisboa
Gravuras de Armeis & Moreno Lda – Travessa São João da Praça 36A, 38 Lisboa
Agosto 1948
20.000 exemplares
Introdução de Pacheco de Amorim. 1ª edição. Editora: Coimbra, Coimbra Editora, 1949.
Publicações e outras curiosidades da gastronomia Portuguesa
Este será sempre um projecto em constante evolução. Todos os dias descobrimos um novo item, que vamos acrescentando. A organização desta listagem é cronológica, sendo que nem sempre é possivel determinar a data de cada publicação. Nesses casos optámos por listar no espaço temporal que consideramos mais provável .
Em alguns casos temos um exemplar da publicação, que vamos digitalizando e disponibilizamos as imagens. Em outras situações indicamos o link para digitalizações existentes em outros websites.
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O Livro de Cozinha da Infanta D. Maria de Portugal, primeiro livro de cozinha em Portugal, século XV
Manuscrito 142 do Arquivo Distrital de Braga, atribuído a Frei Luís de Távora
Arte de Cozinha de Domingos Rodrigues, cozinheiro da Casa Real Portuguesa
RODRIGUES, Domingos, 1637-1719
Arte de cozinha dividida em quatro partes, a primeira trata do modo de cozinhar varios guizados de todo o genero de carnes, e conservas, tortas, empadas, e pasteis. A segunda de peixes, mariscos, frutas, hervaa [sic], ovos, lacticinios, doces, conservas do mesmo genero. A terceira de preparar mezai [sic] em todo o tempo do anno, para hospedar principes, e embaixadores. A quarta de fazer pudins, e preparar massas… Correcta, e emendada nesta ultima edição. / Author Domingos Rodrigues… – Lisboa : na Offic. da Viuva de Lino da Silva Godinho : vende-se na loja de João Nunes Esteves, 1821. – 286, [2 br.] p. ; 8º (16 cm)
“Arte de cozinha : primeira parte. Trata do modo de cozinhar varios manjares, e diversas iguarias de todo o genero de carnes, tortas, empadas, e pasteis, &c”
Obs. manuscrita: Primeiro livro de Culinaria editado em Portugal. O autor é Domingos Rodrigues, nascido em 1637 e falecido em 1719. O livro foi impresso por João Galvão, Lisboa, 1680. Teve 2ª edição em 1683, mesmo impressor. 3ª ed. em 1668 na officina de Manoel Lopes Ferreira. Reeditado ainda em 1732, oficina Ferreiriana; 1741, of. de Carlos Esteves Mariz; em 1704 (?) na de João Antonio dos Reis; em 1814 na de Eugenio Augusto e 1836, na mesma impressora. Não foi possível identificar a edição do presente exemplar pois o mesmo não refere qualquer data ou informação sobre impressão.
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Nova Arte de Cozinha, Lucas Rigaud
Lisbon 1807, Typografia Lacerdina.
Obra clássica da culinária portuguesa da época barroca, com diversas edições publicadas nos séculos XVIII e XIX: 1ª edição de 1780; 2ª 1785; 3ª 1798; 4ª 1807; 5ª 1826 e 6ª 1846.
Arte Nova e Curiosa para Conserveiros, Confeiteiros e Copeiros, primeiro livro de doçaria Portuguesa – autor desconhecido
Arte Nova, e Curiosa, Para Conserveiros, Confeiteiros, e Copeiros, e mais Pessoas que se occupão em fazer doces, e conservas com frutas de varias qualidades, e outras muitas receitas particulares, que pertencem à mesma arte. – Lisboa: Na offic. de José de Aquino Bolhoens
Com o método de aproveitar as anchovas e sobre a salga dos peixes grossos, como atum, pescadas, gorazes, ruivos e outros semelhantes, etc.
Lisboa
Na oficina Régia
Anno de M. DCCCIV
Por ordem Superior
Arte do cozinheiro e do copeiro, compilada dos melhores auctores que sobre isso escreveram modenamente…dada à luz por Um Amigo dos Progressos da Civilização
Typographia da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis: 1841
O autor é o Visconde de Vilarinho de S. Romão. Extraído principalmente de La maison de campagne, publicado em 8122, por Mmme. Aglae Adanson.
2ª edição e 1845
O cozinheiro completo ou nova arte de cozinheiro e de copeiro, em todos os seus generos : precedido do methodo para trinchar e servir à meza; contendo as mais modernas e exquisitas receitas para com perfeição e delicadeza se prepararem diferentes sopas e variadissimos manjares, e o modo de fazer massas, dôces e compotas. – Lisboa : Typ. de Luiz Correia da Cunha, 1849
2ª edição – 1851
4ª edição – 1859
7ª edição – 1867
9ª edição – 1873
11ª edição – 1879
14ª edição – 1893
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Lisboa – Na Typ. de Mathias José Marques da Silva, 1848
por B.A.B. Lisboa. Typographia de B. A. Rebello 1849
1ª edição Lisboa Loja de Bordalo
2ª edição (s.d.)
34ª Lisboa Livraria de J.J. Bordalo 1868
5ª edição 1873
6º edição 1878
7ª edição Manual do distillador e do licorista ou modo fácil… 1884
8ª edição 1981
9ª edição Manual do distillador, licorista e perfurmista 1894
10ª edição Lisboa. Arnaldo Bordalo 1898
11ª adição Manual do distillador e do licorista 1907
12ª edição Enciclopédia Bordalo 1915
13ª edição 1920
14ª edição Lisboa. Francisco Franco 1924
15ª edição 1950
Impresso no Porto, na Tipographia de D. António Moldes , 1860.
Autor anônimo
O cosinheiro dos cosinheiros: Colecção de mais de 1000 Receitas. Lisboa: Tipografia Luso-Britanica, 1870.
O Cozinheiro dos Cozinheiros (1890)
O Cozinheiro dos Cozinheiros, P. Plantier-editor, Lisboa sem data (1890), com-791 pág. Ilustrado no texto
Editado inicialmente em 1870, esta é uma nova edição, melhorada
O Cozinheiro dos Cozinheiros (1890)
O Cozinheiro dos Cozinheiros, P. Plantier-editor, Lisboa sem data (1890), com-791 pág. Ilustrado no texto
Editado inicialmente em 1870, esta é uma nova edição, melhorada
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Nova edição 1890
Manual do Cosinheiro e do Copeiro. Cosinha portugueza e franceza. Lisboa. J. J. Bordalo. 1871.
Arte de Servir à Mesa ou Preceitos Uteis para Creados e Dono de Casas, João da Mata
João da Mata, o mais célebre e emblemético chef de então. Este começou por ser moço de cozinha, passou acozinheiro em várias casas de Lisboa, depois de ter feito a sua aprendizagem com especialistas franceses.Em 1848, abriu uma casa de pasto na rua do Alecrim, em Lisboa. Mais tarde, em 1858, optou por um espaço maior na rua do Ouro e, em 1864, criou os hotéis Mata. Foi autor de um opúsculo denominado Arte de Servir à Mesa ou Preceitos Uteis para Creados e Dono de Casas (1872) e de um famoso livro intitulado Arte de Cozinha, publicado em 1876, com quatro edições até 1900.
in Culinária no feminino: Os primeiros livros de receitas escritos por portuguesas.
Isabel M. R. Mendes Drumond Braga
Lisboa. Livraria de J.J. Bordalo
Arte de Cozinha, livro de João da Mata, com a receita Amêijoas à Bulhão Pato
Prefácio de Alberto Pimentel – Lisboa. Livraria Ed. de Mattos Moreira
Livro anunciado no Diário Ilustrado, Lisboa 28 dezembro 1875 página 4
3ª edição Lisboa (s.n.) 1888
4ª edição corrigida Lisboa Typografia Universal 1900
5ª edição Lisboa. Parceria A.M. Pereira 1909
6ª edição 1924
7ª edição, vem anunciada no Jornal das Damas nº4, de abril de 1867 página 8
coord . por Antonio de Macedo Mengo .Lisboa : David Corazzi , 1887
Edição de 1977. Porto
12ª edição Lisboa Joaquim Jose Bordalo, 1884
13ª edição Lisboa Joaquim Jose Bordalo, 1889
Manuel da Mata. Nova edição Lisboa. Empresa Litteraria Universal
6ª edição Lisboa. Joaquim Jose Bordalo
Constantino Carneiro: Novo Manuel do Cozinheiro. Paris: Garnier Irmãos, Editores.
Constantino Carneiro.
Novo Manual do Cozinheiro contendo advertências sobre a cortesia que se deve observar à mesa, regras para trinchar e servir e os melhores methodos de preparar os mais delicados e variadissimos manjares / Por […] chefe de cozinha.Paris: Garnier Irmãos. (1890)
Pequeno livro de receitas de autor português, impresso em Paris, ilustrado com numerosas figuras intercaladas no texto. Edição de finais do século XIX. Cartonagem editorial.
O cozinheiro indispensavel:
Repositorio dos melhores processos de preparar as mais saborosas iguarias […].
Porto: Livraria Internacional de Ernest Chardron, 1894,
Amélia de Lobão de Macedo Chaves de Oliveira – Editora: Famalicão, Typographia Minerva. Dim: 19×12 cm. 399 págs. (s.d.)
Nota: não se encontra na BNP.
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Porto: Tipografia Gandra
Eduardo Henrique Vieira Coelho de Sequeira
Livro com 200 gravuras desenhadas por A. Xavier Pinheiro, J. d`Almeida, Juillerat, Mutzel, Prêtre, etc.
Livraria CRUZ COUTINHO, editora
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Indústrias caseiras. Conservas de frutas e gelêas por Aguilar Lozano. Antigo chefe confeiteiro da Confiteria y Pasteleria Visconti.
Lisboa. Emprêsa Literária Universal. 15, Rua da Era, 17. 1930 h.
SELO
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Indústrias caseiras. Licores-Conhaques Vinhos Licorosos por Rosa Maria.
Lisboa. Emprêsa Literária Universal. 15, Rua da Era, 17. 1930 h.
Indústrias caseiras. Queijos e manteigas por Gonzalo Barclay.
Lisboa. Emprêsa Literária Universal. 15, Rua da Era, 17. 1930 h.
Porto: Editorial Crisos, 1973 Aguilar Lozano
Porto: Editorial Crisos, 1973 Aguilar Lozano
MARIA, Rosa. 100 maneiras… Lisboa. Tipografia “O Carlitos”, Rua da Era 17 e impresso a “Imprensa Beleza”, Rua da Rosa 99 a 107
Texto em BiBlioAlimentAriA
Alimentação, Saúde e Sociabilidade à Mesa no acervo bibliográfico da Universidade de Coimbra
Carmen Soares (Coord.)
Imprensa da Universidade de Coimbra
Coimbra University Press
MARIA, Rosa,
100 Maneiras de cozinha vegetariana (1956)
Dentro de um espírito comercial de alcançar mais compradores para a sua literatura culinária e de a disseminar mais amplamente, Rosa Maria leva a cabo séries de pequenos cadernos especializados, cujas menores dimensões e capas de folha normal (em vez de capa dura) permitiam colocar à venda por valores bem mais módicos do que o da sua “obra mãe”, A cozinheira das cozinheiras. O acervo da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) dispõe de exemplares dessas séries temáticas. Em resposta ao modelo da dona de casa boa gestora do património da família, que dita à maioria das mulheres portuguesas (de classe média) uma gestão rigorosa da economia doméstica, a autora publica, sob o título de série “Vida económica”, um opúsculo de receitas com os cálculos de gastos por ingredientes usados, tendo por referente os preços do mercado de Lisboa. A esse livrinho tipo folheto dá o apelativo nome de capa Como se almoça por 1$50.
Possuímos na BGUC um exemplar da 3.ª edição, com data de entrada de 4 janeiro de 1937, sendo a 1.ª ed. de 1933, o que situa a sua publicação e divulgação em plena época de depressão económica (os anos 30 do século xx). Ou seja, o setor editorial acompanhava o panorama nacional de crise.
Atentemos, de seguida, em outras obrinhas de pequena dimensão e vocacionadas para dar resposta a uma procura por literatura culinária mais acessível, da autoria de Rosa Maria. Sem data de impressão, mas com data de entrada na BGUC (27 de janeiro de 1954), que corresponderá ao ano de edição (pois à época não havia dilação entre a publicação e o seu depósito na biblioteca) é um folheto de 38 pp. especializado na preparação do pescado mais abundantemente representado no seu livro de culinária, o bacalhau. Conforme se confirma pela indicação contida na última página desse Como se cozinha bacalhau de todas as maneiras, de que as receitas de alguns dos molhos que os acompanham vêm apenas n’ A Cosinheira das cosinheiras, estes livrinhos não apenas tornam acessível às bolsas mais modestas a arte culinária, como propagandeiam a venda da “obra mãe” de onde emanam.
Com novo nome, mas obedecendo ao mesmo espírito de opúsculo especializado em categorias culinárias, surgem, dois anos mais tarde (1956), vários pequenos livros (a rondarem as 30‑50 pp.) a que a denominação comum 100 Maneiras de cozinhar… confere identidade de “coleção”. Ou seja, a mensagem comercial implícita nesta política editorial é clara: se não há orçamento para comprar o livro, adquirem‑se fascículos daquele! Mais, a dona de casa encontra nesses fascículos propostas por categorias básicas da arte de cozinhar: peixe (em 100 Maneiras de cozinhar peixes), ovos (em 100 Maneiras de cozinhar ovos) e preparados diversos (em 100 Maneiras de cozinhar acepipes, molhos e saladas).
Que a comunicação entre a autora e leitoras determina as opções editoriais daquela percebe‑se do folheto que Rosa Maria publica, nesse mesmo ano de 1956, de 100 Maneiras de cozinha vegetariana.
É a mesma Rosa Maria, que na Cosinheira das cosinheiras (publicada pelo menos uma década antes) elogiara a carne de boi como “um alimento soberano por natureza e poderosíssimo” (p. 9), a autora das seguintes palavras na nota de abertura Às donas de casa deste opúsculo de dieta vegetariana: “Está mais que provado que a carne e o peixe são verdadeiros venenos alimentares”. Não nos surpreendamos, por isso, que, na tabela comparativa entre o valor nutritivo de alimentos vegetarianos, por um lado, e as carnes de vaca e de galinha e o peixe, por outro, estes venham intitulados de “alimentos condenados” (p. 7). É caso para concluir que estamos perante uma autora impulsionada pelas mudanças de mentalidade dos seus tempos e muito atenta às necessidades do mercado da edição culinária e dietética.
Em termos de estrutura, observa‑se que as receitas destes opúsculos das 100 Maneiras de cozinhar… são sempre apresentadas por ordem alfabética, à exceção do volume consagrado à alimentação vegetariana, para o qual se propõem 38 menus diários, contemplando almoço e jantar. Este cuidado em dar soluções de serviços de mesa pré estabelecidos decorre, seguramente, da novidade do assunto, sendo que, por falta de hábito, a dona de casa portuguesa teria dificuldade em definir refeições vegetarianas equilibradas e saudáveis.
MARIA, Rosa. 100 maneiras de cosinhar ovos
MARIA, Rosa. 100 maneiras… Lisboa. Tipografia “O Carlitos”, Rua da Era 17 e impresso a “Imprensa Beleza”, Rua da Rosa 99 a 107
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MARIA, Rosa. 100 maneiras de fazer doces económicos.
MARIA, Rosa. 100 maneiras… Lisboa. Tipografia “O Carlitos”, Rua da Era 17 e impresso a “Imprensa Beleza”, Rua da Rosa 99 a 107
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MARIA, Rosa. 100 maneiras de cosinhar sopas
MARIA, Rosa. 100 maneiras… Lisboa. Tipografia “O Carlitos”, Rua da Era 17 e impresso a “Imprensa Beleza”, Rua da Rosa 99 a 107
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Por Rosa Maria. Editora: Emprêsa Literária Universal, Lisboa.
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Por Rosa Maria. Editora: Emprêsa Literária Universal, Lisboa. “Receitas para comércio e uso caseiro”
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MARIA, Rosa. Como se cosinha Bacalhau de todas a maneiras
MARIA, Rosa. 100 maneiras… Lisboa. Tipografia “O Carlitos”, Rua da Era 17 e impresso a “Imprensa Beleza”, Rua da Rosa 99 a 107
Publicado posteriormente com o título 100 maneiras de cozinhar bacalhau.
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MARIA, Rosa. Como se almoça por 1$50: 100 Almoços diferentes. Lisboa: Empresa Literária Universal, 1933.
Compostos de carne, peixe, legumes, ovos, cereais, farináceos, etc.
“Ás donas de casa
Ao elaborar estes menus económicos, tive em mira facilitar-vos, perante a escassez de recursos, uma série de almoços práticos e variados sem que com eles tenham que gastar mais do que o orçamento, porém estes almoços quando cozinhados em conjunto (para duas ou três pessoas) devem sair mais económicos, podendo por isso, aumentar as quantidades nutritivas, tais como manteiga, azeite, carne, ovos, etc.
Servi-me da base dos preços do mercado Lisboeta, no momento de elaborar esta obrazinha, por isso será fácil haver algumas oscilações para mais ou para menos, no entanto os preços indicados são os mais aproximados.
Não orçamentei vários temperos, tais como salsa, pimenta, noz-moscada, etc., porque são de um valor tão insignificante, que no orçamento de uma família de três pessoas, pode haver um aumento de 10 centavos diários.
Amiga
Rosa Maria
MARIA, Rosa. Como se janta por 3$00: 100 jantares diferentes. Lisboa: Empresa Literária Universal, [s.d.].
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Rosa Maria. Guia prático da cozinheira. Editora: Emprêsa Literária Universal, Lisboa. 1940
Brochura que contém: 100 maneiras de fazer sopas, caldos, purés e saladas; 100 maneiras de cozinhar ovos; como se cozinha bacalhau de todas as maneiras; mais de 200 receitas de cozinha vegetariana; 100 maneiras de fazer doces económicos; conservas de frutas e geleias (de Aguillar Lozano).
MARIA, Rosa. 100 maneiras… Porto: Livraria Civilização, 1956 – 1965
Texto em BiBlioAlimentAriA
Alimentação, Saúde e Sociabilidade à Mesa no acervo bibliográfico da Universidade de Coimbra
Carmen Soares (Coord.)
Imprensa da Universidade de Coimbra
Coimbra University Press
MARIA, Rosa,
100 Maneiras de cozinha vegetariana (1956)
Dentro de um espírito comercial de alcançar mais compradores para a sua literatura culinária e de a disseminar mais amplamente, Rosa Maria leva a cabo séries de pequenos cadernos especializados, cujas menores dimensões e capas de folha normal (em vez de capa dura) permitiam colocar à venda por valores bem mais módicos do que o da sua “obra mãe”, A cozinheira das cozinheiras. O acervo da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) dispõe de exemplares dessas séries temáticas. Em resposta ao modelo da dona de casa boa gestora do património da família, que dita à maioria das mulheres portuguesas (de classe média) uma gestão rigorosa da economia doméstica, a autora publica, sob o título de série “Vida económica”, um opúsculo de receitas com os cálculos de gastos por ingredientes usados, tendo por referente os preços do mercado de Lisboa. A esse livrinho tipo folheto dá o apelativo nome de capa Como se almoça por 1$50.
Possuímos na BGUC um exemplar da 3.ª edição, com data de entrada de 4 janeiro de 1937, sendo a 1.ª ed. de 1933, o que situa a sua publicação e divulgação em plena época de depressão económica (os anos 30 do século xx). Ou seja, o setor editorial acompanhava o panorama nacional de crise.
Atentemos, de seguida, em outras obrinhas de pequena dimensão e vocacionadas para dar resposta a uma procura por literatura culinária mais acessível, da autoria de Rosa Maria. Sem data de impressão, mas com data de entrada na BGUC (27 de janeiro de 1954), que corresponderá ao ano de edição (pois à época não havia dilação entre a publicação e o seu depósito na biblioteca) é um folheto de 38 pp. especializado na preparação do pescado mais abundantemente representado no seu livro de culinária, o bacalhau. Conforme se confirma pela indicação contida na última página desse Como se cozinha bacalhau de todas as maneiras, de que as receitas de alguns dos molhos que os acompanham vêm apenas n’ A Cosinheira das cosinheiras, estes livrinhos não apenas tornam acessível às bolsas mais modestas a arte culinária, como propagandeiam a venda da “obra mãe” de onde emanam.
Com novo nome, mas obedecendo ao mesmo espírito de opúsculo especializado em categorias culinárias, surgem, dois anos mais tarde (1956), vários pequenos livros (a rondarem as 30‑50 pp.) a que a denominação comum 100 Maneiras de cozinhar… confere identidade de “coleção”. Ou seja, a mensagem comercial implícita nesta política editorial é clara: se não há orçamento para comprar o livro, adquirem‑se fascículos daquele! Mais, a dona de casa encontra nesses fascículos propostas por categorias básicas da arte de cozinhar: peixe (em 100 Maneiras de cozinhar peixes), ovos (em 100 Maneiras de cozinhar ovos) e preparados diversos (em 100 Maneiras de cozinhar acepipes, molhos e saladas).
Que a comunicação entre a autora e leitoras determina as opções editoriais daquela percebe‑se do folheto que Rosa Maria publica, nesse mesmo ano de 1956, de 100 Maneiras de cozinha vegetariana.
É a mesma Rosa Maria, que na Cosinheira das cosinheiras (publicada pelo menos uma década antes) elogiara a carne de boi como “um alimento soberano por natureza e poderosíssimo” (p. 9), a autora das seguintes palavras na nota de abertura Às donas de casa deste opúsculo de dieta vegetariana: “Está mais que provado que a carne e o peixe são verdadeiros venenos alimentares”. Não nos surpreendamos, por isso, que, na tabela comparativa entre o valor nutritivo de alimentos vegetarianos, por um lado, e as carnes de vaca e de galinha e o peixe, por outro, estes venham intitulados de “alimentos condenados” (p. 7). É caso para concluir que estamos perante uma autora impulsionada pelas mudanças de mentalidade dos seus tempos e muito atenta às necessidades do mercado da edição culinária e dietética.
Em termos de estrutura, observa‑se que as receitas destes opúsculos das 100 Maneiras de cozinhar… são sempre apresentadas por ordem alfabética, à exceção do volume consagrado à alimentação vegetariana, para o qual se propõem 38 menus diários, contemplando almoço e jantar. Este cuidado em dar soluções de serviços de mesa pré estabelecidos decorre, seguramente, da novidade do assunto, sendo que, por falta de hábito, a dona de casa portuguesa teria dificuldade em definir refeições vegetarianas equilibradas e saudáveis.
MARIA, Rosa. 100 maneiras de cozinhar acepipes, molhos e saladas. Porto: Livraria Civilização, 1956.
Outras edições D.L 1958 / 1965 / 1977 / 1978 / 1983 / 1991 / 1994
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MARIA, Rosa. 100 maneiras de cozinhar bacalhau. Porto: Livraria Civilização, 1956.
Outras edições: 1958 / 1967 / 1978 / 1980 / 1981 / 1983/ 1992 / 1994
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MARIA, Rosa. 100 maneiras de cozinhar aves. Porto: Livraria Civilização, 1956.
Outras edições: 1958 / 1967 / 1978 / 1980 / 1981 / 1983/ 1992 / 1994
MARIA, Rosa. 100 maneiras de cozinhar ovos. Porto: Livraria Civilização, 1956..
Outras edições: 1964 / 1975 / 1979 / 1981 / 1994
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MARIA, Rosa. 100 maneiras de cozinha vegetariana para uso das famílias. Porto: Livraria Civilização, 1956.
MARIA, Rosa. Lisboa. Empresa Literária Universal
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Edição 1980 Companhia Editora do Minho, Barcelos
MARIA, Rosa. Lisboa. Empresa Literária Universal
MARIA, Rosa. 100 maneiras de fazer doces económicos: bolos, pudins, compotas, sorvetes, etc. Lisboa: Empresa Literária Universal, [1958].
Outras edições: 1964 Livraria Civilização / 1969 / 1977 / 1981 / 1983 / 1994
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MARIA, Rosa. 100 maneiras de cozinhar peixes. Porto: Livraria Civilização, 1961.
Outras edições: D.L. 1968 / 1978/ 1980 / 1982 / 1992 /1994
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Edição 1980 Companhia Editora do Minho, Barcelos
MARIA, Rosa. 100 maneiras de cozinhar carne. Lisboa. Empresa Literaria Universal
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Edição sem data
MARIA, Rosa. 100 maneiras de fazer sopas. Porto: Livraria Civilização, 1965
Outras edições: 1977 / 1980 / 1983 / 1994
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Edição Junho 1980 Companhia Editora do Minho, Barcelos
TÍTULO: A cosinheira das cosinheiras
SUB TÍTULO: A arte de comer bem. Higiene alimentar e mais de 500 receitas para cosinhar, fazer doces, gelados, compotas etc.
AUTOR: Rosa Maria
DATA 1ª EDIÇÃO: 1932
EDITORA: Empresa Literária Universal, Lisboa
32 edições até 1999. As primeiras ficaram a cargo da Empresa Literária Universal, com sede em Lisboa, e, pelo menos a partir da nona, de 1955, da Civilização Editora no Porto.*
Outras edições 5ª edição 1941 / 6ª edição D.L. 1952 / 7ª edição D.L. 1953 / 9ª edição 1955 / 11ª edição 1957 / 12ª edição 1958 / 13ª edição 1959/ 14ª edição 1962 / 15ª edição 1966 / 18ª edição 1967 / 19ª edição 1969 / 1972 Nova edição / 24ª edição 1974 / 25ª edição 1975 / 26ª (27ª) ? edição 1977 / 28ª edição 1978 / 29ª edição 1981 / 30ª edição 1982
IMPRESSO POR:
ROSA MARIA PARA A ELITE, ROSA MARIA PARA O POVO. CULINÁRIA BRASILEIRA E CULINÁRIA PORTUGUESA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
ROSA MARIA TO THE ELITE, ROSA MARIA TO THE PEOPLE. BRAZILIAN AND PORTUGUESE CUISINES IN THE FIRST HALF OF THE 20TH CENTURY
Isabel Maria Mendes Ribeiro Drumond Braga * isabeldrumondbraga@hotmail.com
Universidade de Lisboa, Portugal
Maria Cecilia Barreto Amorim Pilla ** ceciliapilla@yahoo.com.br
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brazil
ROSA MARIA PARA A ELITE, ROSA MARIA PARA O POVO. CULINÁRIA BRASILEIRA E CULINÁRIA PORTUGUESA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Revista de História (São Paulo), núm. 177, a03217, 2017
Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de História
3. Em Portugal, as informações acerca da biografia de Rosa Maria são paupérrimas. O desconhecimento do verdadeiro nome da autora tem impedido que se conheçam alguns traços biográficos e que se faça a necessária contextualização. Na obra que aqui se estuda, a própria referiu acerca dos doces que eram receitas experimentadas, presume-se que por si mesma, e, acerca dos pontos de açúcar, confessou não ser especialista.24 Ao longo do livro, mencionou diferenças de preparação de determinados pratos em Portugal e no estrangeiro, conhecimento que poderá ter sido obtido por experiência em viagens ou por mera leitura de receituários estrangeiros, mas nada acrescentou que permitisse vislumbrar a sua formação.
Entretanto, no intuito de obter dados concretos, entramos em contato com a Editora Civilização e apuramos que Rosa Maria era, na verdade, um senhor chamado Gaspar de Almeida, pai de um funcionário da filial da editora de Lisboa. Este era igualmente editor, eventualmente da Empresa Literária Universal, a quem Américo Fraga Lamares (anterior administrador da Civilização) comprava algumas edições. A inexistência de arquivos e a ausência de colegas contemporâneos desta figura, que há muito deixara a empresa, implica a inexistência de certezas. Aparentemente, Gaspar de Almeida também foi autor de Cartas de amor para namorados, saídas na Empresa Literária Universal, com edições em 1950, 1964, 1967, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1976, 1978, 1980, 1981 e 1986, sob o pseudônimo de Maria Celeste. Traduziu ainda Arte de encadernar os livros e Fabrico de inseticidas.25 Estas e outras traduções do francês foram dadas ao prelo em obra intitulada Trabalha para ti: podes ganhar o dinheiro que precisas, publicada pela Empresa Literária Universal em 1939. Sob o pseudônimo de Maria Celeste encontram-se ainda Histórias de Bertoldo e Bertoldinho, da Civilização, com edições em 1953, 1954 e 1955 e a adaptação de As mil e uma noites contadas às crianças (1955 e 1957).
Rosa Maria ignorou o bom gosto como virtude social no âmbito da vida mundana 26 e publicou diversos livros de cozinha, todos eles pautados pela ideia de permitir às donas de casa realizar pratos econômicos. *A obra de maior sucesso foi a referida A cosinheira das cosinheiras, com 32 edições até 1999. As primeiras ficaram a cargo da Empresa Literária Universal, com sede em Lisboa, e, pelo menos a partir da nona, de 1955, da Civilização Editora no Porto. A mesma autora, tendo em conta as dificuldades econômicas e a necessidade de simplificar as refeições, procurou divulgar a elaboração de menus simples e baratos, através de livros de baixo custo, vendidos a 1$00. No prefácio de um deles, Como se almoça por 1$50: 100 almoços diferentes, a isso mesmo se referiu em 1933. O mesmo aconteceu na obra Como se janta por 3$00. 100 jantares diferentes, publicada no mesmo ano. Ambos conheceram três edições até 1936. As receitas apresentadas eram naturalmente simples e econômicas, sendo de destacar que entre elas não se contaram sobremesas, entendidas como um luxo, e que apareceram sempre os preços dos gêneros, tendo em conta o mercado de Lisboa.27 Em 1956, Rosa Maria publicou oito livros cada um dos quais com 100 receitas (100 maneiras de cozinhar…) agrupadas por acepipes, molhos e saladas; bacalhau, carne, doces, ovos, peixe, sopas e cozinha vegetariana. Mais uma vez o público-alvo foi a comunidade de leitoras pouco abastadas, mas preocupadas com as refeições diárias das famílias.28
No que se refere à Cosinheira das cosinheiras, se excetuarmos a atualização ortográfica e o tipo de papel, as edições mantiveram-se sem alterações. Consequentemente, o conteúdo da obra não sofreu nem revisões nem adendas. Rosa Maria pretendeu aliar higiene, ideias sobre nutrição, sobriedade alimentar, saúde, receitas práticas e economia. Abriu com uma página dedicada “Às Senhoras que dirigem o lar doméstico”, na qual patenteou os seus objetivos, a saber, a apresentação de receitas práticas de salgados e de doces para facilitar a vida das donas de casa. Em seguida, tornou clara a ligação entre alimentação e saúde, um tópico muito corrente desde a Época Moderna, acrescentando que havia fornecido receitas específicas para determinados quadros clínicos. Entendendo que comer bem não era sinônimo de comer muito, ressaltou a necessidade de consumir alimentos agradáveis ao paladar e com o valor calórico adequado. A referência a matérias de economia doméstica apareceu disseminada: “É preciso não desperdiçarem a maior riqueza, a saúde, cozinhando sem método, sem organização, sem valor nutritivo e muitas vezes a par da perda da saúde, ainda a ruína da bolsa”.29 Porém, as matérias relativas ao gosto que, como Flandrin chamou a atenção, foram sempre objeto de modas criadoras de distinções sociais e de novas sociabilidades,30 acabaram por ser mais do que secundarizadas, ficaram praticamente omissas.
As páginas seguintes, sob o título “A cosinheira das cosinheiras”, foram ocupadas a dissertar sobre a necessidade de alimentos de acordo com o sexo, a idade, as estações do ano e um maior ou menor sedentarismo. Seguiram-se considerações sobre os alimentos, na realidade, sobre estes e determinados preparos, considerando-se que o caldo era o primeiro prato de todas as mesas. Em seguida, caracterizou as carnes, designadamente as de boi, cavalo novo e burro, carneiro, vaca, vitela, peru e pato, galinha e finalmente porco, de acordo com o que entendeu a melhor hierarquia em termos de qualidade. Os peixes foram objeto de curtíssimas observações, sendo entendidos como pouco alimentícios, embora se tenham ressalvado pescadas, linguados e pargos, “pratos do meio de muita estimação”, para quebrar a monotonia das carnes. Mariscos, ovos, manteiga, azeite, arroz, considerado um produto econômico; legumes, hortaliças, batata, pão de trigo, de milho, frutas, água, vinho, bebidas brancas, cerveja, café, chá e chocolate, particularmente relevante para pessoas de constituições fracas e anêmicas, foram também objeto de atenção. Esta seção terminou com a apresentação de diversos quadros nos quais se podem ver informações sobre o valor calórico dos alimentos, o tempo de digestão e o que deveria ser a alimentação “normal” de uma pessoa, a qual deveria consumir 2.405 calorias por dia.31
Antes de iniciar as páginas dedicadas às receitas, Rosa Maria referiu-se brevemente aos diversos regimes alimentares para doentes e explicitou as razões para se cozinharem os alimentos, ou seja, tal prática permitia um processo preliminar de digestão, eliminar organismos nefastos e tornar os alimentos mais agradáveis. Ao longo destes preâmbulos foi mostrando ser conhecedora da realidade envolvente, designadamente da pobreza rural ao escrever: “Com duas boas tigelas de caldo, dois pedaços de pão, 4 ou 6 sardinhas, alimentam-se, à falta de melhores refeições, milhares e milhares de trabalhadores rurais, que vergam nos campos de sol a sol, sob a ação dum trabalho violento”32 ou “o pão de milho, a batata, a hortaliça, a sardinha e o bacalhau constituem quase exclusivamente a alimentação dos aldeões portugueses”.33 Se face a estas realidades nada propôs, em relação aos de médios recursos, assinalou a carne de carneiro como uma boa opção, uma vez que era superior às de vaca e de vitela e “pelo seu preço nos talhos, muito inferior ao da carne vacum, oferece a muita gente das classes menos abastadas um recurso precioso, pois que, além de mais barato, é um grande reparador das despesas do organismo e um alimento saboroso quando bem preparado na cozinha”.34
Num país vinhateiro como Portugal, a questão do alcoolismo era um problema sério. Se bem que o Estado Novo não tenha definido uma política vinícola, não deixou de promover diversas medidas para incentivar o aumento do consumo do vinho e das uvas, chegando, através da Junta Nacional do Vinho, a promover um concurso de cartazes. Ficaram famosos slogans como “Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses” e “Comam uvas, bebam vinho”. Os cartazes foram distribuídos por tabernas, mercearias, casas de pasto e barbearias. O vinho era apresentado como um complemento ou um substituto de refeição e, apesar de alguns médicos se mostrarem preocupados com os efeitos do consumo excessivo, outros, bem como as autoridades, entendiam que o alcoolismo era resultado do consumo de bebidas brancas e nunca da ingestão de vinho.35 Rosa Maria esteve relativamente bem enquadrada nesta questão, ao considerar o vinho um alimento, o qual deveria ser consumido em “porção racional”, durante as refeições. Em excesso, levava a doenças mortais e à “prática de crimes hediondíssimos”.36 Já as bebidas brancas eram “um veneno”, que davam “aos hospitais, aos cemitérios e às prisões um contingente horroroso”.37 Poderiam ser toleradas em circunstâncias específicas, como no mar ou após a chuva, quando não se podia mudar de roupa.
Em alguns passos da obra, Rosa Maria forneceu às leitoras informações genéricas acerca do significado de esparregado, maionese, papas, sopa e carapinhada além de ter esclarecido a complicada arte dos pontos de açúcar.38 Explicou ainda com pormenor o modo de amanhar peixe, abrir crustáceos, limpar moluscos e arranjar vísceras.39 No primeiro caso, atente-se no que escreveu acerca da maionese: “é um prato frio importado da cozinha francesa em que entra o molho do mesmo nome ou o molho tártaro, prato geralmente complexo e que, bem preparado, apresenta não só um sabor delicado como um aspeto muito agradável”.40
Como em qualquer livro de cozinha, houve que fazer escolhas no que se refere à disposição das receitas: a sucessão dos pratos em cada refeição, de acordo com uma ementa diária ou semanal, ou por ordem alfabética dentro de cada tipologia. No caso da obra em estudo, a opção recaiu na forma de organização em várias seções: receitas para cozinhar, isto é, pratos salgados; doces práticos, carapinhadas, compotas, geleias e queijadas. Como qualquer outra tentativa de organização dos receituários, esta oferece alguns problemas, designadamente uma imprecisão geral no capítulo dos salgados e uma subdivisão peculiar dos doces. Mas as questões não ficaram por aqui. A obra foi sendo impressa com pouco cuidado, em papel de má qualidade, embora tenha conhecido capa dura e em cores. Nem sempre os títulos das seções corresponderam aos do índice ao mesmo tempo em que há receitas como, por exemplo, “Feijão verde panado ou à milanesa (vagens)”,41 que não constam do referido índice.42 Dentro de cada seção, o receituário foi organizado por ordem alfabética, embora, em alguns casos, se encontrem exceções, ao mesmo tempo que apareceram receitas com a mesma designação, com conteúdos distintos e nem sempre em sequência, caso, por exemplo, de “Bife à inglesa”.43 Ou seja, estamos perante uma autora que domina o português básico não particularmente cuidado e edições sem revisão e de baixa qualidade formal e material, na maioria dos casos das mais antigas.
Tentemos uma arrumação das receitas que se pretende mais clara, o que não nos deve fazer esquecer a presença de carnes e de peixes diferentes na mesma receita ou de sopas que contêm carne ou peixe, ou ainda de saladas com aves ou com crustáceos, por exemplo. Por outro lado, importa fazer referência à presença de ingredientes para vários bolsos. Se bem que Rosa Maria, nas considerações que traz antes das receitas, tenha dado pouca importância ao peixe, o número de preparados deste gênero foi o mais significativo, atingindo os 139, isto é, 27% do total das receitas e 39% das receitas salgadas, sendo de salientar que as receitas de bacalhau, então um alimento barato, ultrapassaram a centena.44 No reino da carne, tenha-se em conta que, além de algumas receitas de vaca e de vitela, encontram-se muitas com partes não nobres das carnes. Ou seja, o receituário salgado é predominantemente econômico, composto essencialmente por peixes como bacalhau e sardinha e por carnes diversas, incluindo aves, contando-se ainda algumas receitas de vísceras de vaca e de porco. E note-se que, mesmo assim, carnes vermelhas e aves representaram apenas 18% do total. Açordas, caldos e outras sopas, pratos genericamente econômicos, tal como os de vegetais, estiveram igualmente bem representados. O grande investimento parece ter sido no capítulo dos doces (30%). Nestes encontram-se bolos grandes e pequenos, compotas e geleias de frutos, carapinhadas, gelados, pudins e outros doces de colher. O açúcar reinou, bem como os ovos e as amêndoas secas, sem esquecer os frutos frescos.
Tal como nos mais antigos livros de cozinha publicados em Portugal desde o século XVII,45 a autora optou por não fazer a separação entre ingredientes e modo de preparação, no que se referiu aos salgados, com exceção das receitas de “Bacalhau panado e frito” e de “Massa tenra sem ovos para frituras recheadas”.46 Já no que se referiu aos doces, essa separação foi prática corrente em cerca de metade das receitas, o que parece evidenciar a cópia de receitas de obras muito diferenciadas e de épocas diferentes. Por outro lado, tal como no passado, na maior parte das receitas de salgados, as indicações sobre quantidades ou estão omissas ou são parciais ou, mais raramente, definem-se em termos de proporções. Tais foram os casos, por exemplo, de “Arroz de pato”, de “Bacalhau à portuguesa” e de “Bacalhau verde”.47 Em consonância, o número de porções que cada receita proporcionava esteve igualmente omisso, com exceção da receita de “Sopa de tomates”.48 Quando um preparado necessitava de um molho, nem sempre se remeteu para a seção e para a página em que a receita do mesmo se encontrava.49
Na impossibilidade de exemplificar todas as questões, veja-se o caso da receita de “Arroz de amêijoas”: “Lavam-se em água corrente as amêijoas de maneira a tirar toda a areia que estas têm. Põem-se a cozer e logo que estejam abertas, deitam-se num refogado de cebola, azeite, salsa picada, pimenta, sal, cravo-de-cabecinha e uma pitada de colorau doce. Depois de todas bem refogadas, junta-se-lhe a água e deixa-se ferver, e logo que ferva, lava-se o arroz e deita-se dentro até cozer. Prova-se, e manda-se servir uma vez que esteja ao vosso paladar. Se for tempo de tomates, não vos esqueçais de lhe deitar alguns depois de lhe tirardes a casca e a semente”.50
Como se compreende, na primeira metade do século XX, a questão da sazonalidade dos alimentos tinha um peso bastante diferente do da atualidade. Apesar da conservação de gêneros ser uma realidade desde tempos recuados, está bem patente a dependência de alguns alimentos na estação própria. Veja-se o caso do tomate, na receita supracitada e em outras. Por exemplo, em “Arroz de camarão”, pode ler-se: “tomates se os houver”; em “Cação de caldeirada” esclarece-se: “à falta de tomate fresco, pode empregar-se a conserva de calda, ou a massa, mas esta em geral, quando comprada no mercado, não é de confiança”. Já em “Molho de tomate”, a opção é pacífica: “no tempo em que não há tomates frescos pode empregar-se massa de tomate ou calda de tomate em conserva”. Finalmente, em “Sopa de grão com arroz ou com massa”, uma possibilidade passava por juntar ervilhas ao preparado “no tempo” delas, pois ficava “muito gostosa”.51 Rosa Maria mostrou reservas acerca do consumo de tomate em conserva produzido industrialmente, como se verificou. Porém, nas receitas de doce, oscilou entre a preparação de geleias a partir da mão de vaca e o seu uso em folhas, ou seja, o consumo de um produto já processado, o que pode, de novo, evidenciar a cópia de receitas de épocas e proveniências diversas.
Sendo um livro de receitas básicas, pensadas para o dia-a-dia e para pessoas com recursos médios, não se verifica uma preocupação constante com os aproveitamentos das sobras, ou com chamadas de atenção para os pratos econômicos. Mesmo assim, em “Ovos com carne cozida” pode ler-se: “um dos bons processos de aproveitar a carne cozida que sobra dos jantares é cozinhá-la com ovos”;52 em “Sopa de carne à portuguesa”, dá-se uma opção mais acessível: “estas sopas também se podem, por espírito de economia, substituir a carne por ossos de vaca ou vitela, que dão muito bom gosto e saem muito baratos”53 e em “Sopa à alentejana”, pode ler-se que é “muito rápida e econômica”.54 De alguma forma, semelhante foi a preocupação em preparar pratos rápidos e econômicos para visitas inesperadas. Na receita de “Atum em maionese” aconselhou:
…as donas de casa previdentes e que dispõem dalguns meios têm sempre a sua despensa fornecida de elementos com os quais, à última hora, preparem uma iguaria, quando a chegada de um comensal inesperado torna necessário o acrescentamento do jantar. É manjar clássico para esses acrescentamentos o chouriço com ovos, mas os elementos a aproveitar são vários, e entre eles, figura o atum de conserva em azeite, com o qual, num quarto de hora, se prepara uma boa maionese.55
A autora salientou alguns produtos locais que lhe pareceram particularmente bons: azeite de Santarém e couves tronchudas do Douro; e apresentou alguns pratos regionais: “Açorda à alentejana”, “Bacalhau à moda do Porto”, “Bacalhau à portuense”, “Bacalhau de cebolada à alentejana”, “Bacalhau à Ericeira”, “Bacalhau albardado à moda de Águeda”, “Bacalhau com couve-flor à transmontana”, “Bacalhau em açorda à alentejana”, “Bacalhau em arroz à moda do Crato”, “Bacalhau à moda de Lamego”, “Carneiro à transmontana”, “Coelho à transmontana”, “Rosbife à portuense”, “Sopa à alentejana”, “Tripas à moda do Porto”, além de muitas outras receitas “à portuguesa”. Encontram-se ainda muitos pratos que remetem para uma proveniência estrangeira,56 tais são os casos de “Açorda à andaluza”, “Ameijoas à espanhola”, “Arraia à valenciana”, “Bacalhau à alsaciana”, “Bacalhau à espanhola”, “Bacalhau à aragonesa”, “Bacalhau à biscainho”, “Bacalhau à Cádis”, “Bacalhau à Chantilly”, “Bacalhau à inglesa”, “Bacalhau ao gratem à provençal”, “Bacalhau à parisiense”, “Bacalhau à provençal”, “Bacalhau à sevilhana”, “Bife à inglesa”, “Brócolos à italiana”, “Costeletas à milanesa”, “Dobrada à milanesa”, “Feijão branco à italiana”, “Frango à inglesa”, “Linguado à valenciana”, “Macarrão à italiana”, “Massa folhada à francesa”, “Molho à espanhola”, “Peru recheado à brasileira”57, “Pudim de peixe à francesa”, “Repolho fresco à alemã” e “Salada de tomate à italiana”. No capítulo dos doces, a inspiração mais recorrente parece ter sido o Brasil, não apenas nas designações como também em diversos doces com coco: “Baba de moça”, “Baba de moça com coco”, “Biscoitos de coco à sinhazinha”, “Compota à sinhazinha”, “Corações de moça”, “Pudim à Tijuca”, “Pudim de pão à brasileira” e “Queques de coco”. Refiram-se ainda “Pudim francês”, “Queques parisienses” e “Tigelinhas espanholas”. Em termos regionais, apresentaram-se: “Fatias doces de Braga”, “Fidalguinhos de Braga”, “Maneizinhos de Elvas”, “Mulatos de Torres”, “Ovos-moles de Aveiro”, “Palitos de Oeiras”, “Pudim de ovos à moda de Coimbra”, “Queijadas de Estremoz”, “Queijadas da Madeira e “Queijadas de Sintra”. Neste último caso, deu a fonte: “esta receita foi-me dada por uma criada que se dizia sobrinha da queijadeira sintrense Matilde e confirmada por pessoas da terra”.58
Rosa Maria, em “Tripas à moda do Porto”, fez saber as diferenças do modo de preparar este prato em casa e nos restaurantes, considerando que neles “suprime-se em geral o trabalho de passar o feijão e juntam-se vários temperos, como cebola e louro, com os quais conseguem um prato muito mais indigesto”.59 De resto, nunca se preocupou muito com a apresentação das iguarias, tendo só pontualmente dado sugestões.
Os utensílios de cozinha referidos foram muito pouco sofisticados. Num caso, a alusão remeteu para o passado, com o uso da sorveteira e a explicação acerca do funcionamento da mesma,60 objeto que só se tornará obsoleto na segunda metade da centúria, quando o frigorífico começou a ser divulgado entre os particulares.61 Em “Bife à inglesa”, Rosa Maria considerou ser necessário um fogão e uma grelha com disposições especiais e, em “Ovos estrelados à portuguesa”, informou acerca da existência de frigideiras para estrelar ovos separados uns dos outros,62 o que parece evidenciar uma novidade para a época, uma vez que explicou as características da peça.
A análise das receitas, como se verificou, pode colocar em perspectiva domínios diferenciados, tais como os ingredientes, os utensílios, as técnicas culinárias e o produto final obtido. Ao identificar os gêneros alimentares e os objetos que foram referenciados vão desfilando permanências e mudanças, quer na própria obra quer quando se procede à comparação com outros receituários semelhantes de anos próximos. Basicamente, em Rosa Maria para o povo, predominou esmagadoramente o uso de produtos in natura desconfiando-se, mas não as excluindo, da calda de tomate e da gelatina industriais, o que evidencia a compilação de receitas de várias épocas. Não há referências a novidades para a cozinha, em especial no que se refere aos eletrodomésticos, cuja expansão se dará nos anos seguintes à II Guerra Mundial. A designação dos pratos remeteu para o nacional, para o regional e, mais modestamente, para o estrangeiro, o que está em consonância com a preparação de refeições comuns e pouco sofisticadas, com escasso investimento na apresentação dos pratos.
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